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Deegan, Marilyn and Tanner, Simon. Digital Futures: strategies for the information age. London: Library Association Publishing, 2002. xii, 276 pp. ISBN 1-85604-411-4.English versionTrata-se de uma obra que aborda de uma forma sistemática, e com grande preocupação de exaustividade, a problemática do recurso ao digital. Graças aos autores dispomos de um instrumento de guia e formação dos profissionais que lidam, em diferentes contextos, com actividades de gestão de conteúdos e de prestação de serviços de informação. Mesmo para os que ainda estão maioritariamente envolvidos em actividades de gestão de conteúdos em suportes tradicionais, este livro oferece-lhes uma porta de entrada no futuro. Os autores dirigem esta obra para leitores sem prévios conhecimentos, que pretendam saber que caminhos percorrerão as instituições de cariz cultural, neste contexto de radical mudança de processos de gestão de informação e comunicação. Nesta perspectiva, é o melhor livro que conheço para os que se querem iniciar no "Futuro Digital". A sua leitura constitui-se numa agradável viagem a este futuro, sendo-nos fornecidas, passo a passo, informações, instruções e orientações para cada "espaço" visitado. No fim desta viagem o leitor disporá de conhecimentos básicos que lhe permitirão mergulhar posteriormente em leituras mais avançadas. Cada capítulo oferece um grande detalhe na temática abordada e uma grande preocupação na enumeração de todos os aspectos com ela relacionada. Constata-se a vontade de os autores registarem e partilharem os conhecimentos e experiências acumuladas ao longo do seu, sem dúvida longo e rico trabalho como especialistas. Nesta sua dupla dimensão de livro destinado à iniciação e à orientação prática, deve, sem dúvida, existir em todas as bibliotecas e ser lido por todos os profissionais da informação. Três aspectos, mais questionáveis, devem, no entanto, ser salientados: 1. Por vezes, ao longo do texto, descobrimo-nos a aceder ao senso comum, à leitura da realidade com pouca problematização e a uma certa sensação de dejá vu. Perguntamo-nos porque são usados alguns dados estatísticos e não outros, porque são escolhidos aqueles exemplos e avaliados determinados projectos? Não sendo estas referências dramáticas num livro de divulgação, devemos então assumi-las como ilustrações que nos desafiam a um aprofundamento. 2. A bibliografia acentua este carácter pragmático do livro, ao apresentar uma grande percentagem de referências a trabalhos de investigação aplicada e a relato de casos. Será que o livro não poderia ficar enriquecido se recorresse mais a trabalhos de investigação fundamental, apresentando um discurso mais seguro, problematizado e argumentativo e menos uma retórica pragmática? 3. Apesar de os diferentes capítulos fluírem logicamente, com evidente conexão, tal não é evidente nas secções dentro de cada capítulo. Por vezes a estrutura apresentada é mais próxima de uma obra de referência, pelo acumular de entradas, sem um fluir evidente. Breve realce dos assuntos abordados: Capítulo 1 - Futuros digitais em contextos actuais. O contexto de mudança dos sistemas de produção e comunicação da informação e o seu consequente impacto nas bibliotecas, suportado por um Mundo em Rede e facilitando a explosão de informação. A natureza da informação digital e os seus requisitos de armazenamento e transmissão. Novos documentos, novas estruturas, novos sistemas, novas bibliotecas. Capítulo 2 - Porquê digitalizar? Aspectos estratégicos na digitalização e seus benefícios. Processos e projectos de digitalização. Uma rica apresentação de casos. Capítulo 3 - Desenvolvimento de colecções num mundo digital Estratégia de desenvolvimento de colecções. Just in case ou Just in time. Modelos de negócio. Realce de periódicos e e.books. Poucos exemplos, poderia haver mais. Capítulo 4 - Factores económicos Abordagem custo benefício; a problemática do cost-effective em bibliotecas digitais e o break-even point. Opções estratégicas para um bom investimento. Capítulo 5 - Pesquisa de recursos, sua descrição e uso Aspectos relacionados com a pesquisa e a organização de recursos na Web. Metadata. Um capítulo muito bom e bastante exaustivo. Capítulo 6 - Desenvolvimento de sistemas para a partilha de recursos digitais Componentes das bibliotecas digitais; interoperabilidade; estruturas e arquitecturas; protocolos. Um capítulo também bastante bom. Capítulo 7 - Portais e personalização: mecanismos para utilizadores finais Definição de portais e sua apresentação como um instrumento para customização e focagem no utilizador. É uma pena que não haja mais exemplos. Capítulo 8 - Preservação A import�ncia da preservação; problemática da autenticação; métodos de preservação Capítulo 9 - Bibliotecários digitais: novos papéis na era da informação Novos papeis e competências para bibliotecários; gestão de competências e formação. Futuros digitais Uma boa síntese Ana Azevedo English TranslationThanks to the authors we have a book that registers the basic subjects to be focussed upon, known and faced by information professionals who, in different contexts, deal with content management and information services delivery. Even for those who are still dealing with traditional supports, this book is an opportunity to guarantee the future. The authors assume little prior knowledge in their audience, expecting that they come from those concerned about where cultural institutions are headed in the changing world of information and communication. It is a very good book for those wanting to be initiated into the Digital Future, the best I know. It can be experienced as a pleasant voyage, as continuous guidance and information, regarding the different places visited, are offered. This book offers basic understanding, regarding digital initiatives and digital resources, and enables the creation of a basic framework for further readings. The detailed information in each chapter, the concern in enumerating each facet in every subject listed, present the authors' wish to register and share the information they have gathered and organized, and their experience, resulting from their work as experts in these areas. At the end, readers will surely conclude that they possess deep knowledge and expertise. As a book for those wanting to become aware of the Digital Future and for practitioners who will need to begin to have the related basic understanding, it must find a place in every library and be bought and read by all librarians. Nevertheless, three comments will be made 1. Sometimes, throughout the text, we feel we are passing through common ideas, known and heard lots of times: we have a sense of dej� vu. Perhaps it lacks illustrative problems, argument and evidence to support some of the ideas expressed. Nor can one clearly perceive why certain specific statistical sources used. Why were these resources chosen to be evaluated and why these projects to be presented? This is not serious criticism of an introductory book, if we assume that they are just used as examples or illustrations. 2. The bibliography illustrates the pragmatic characteristics of the book, as there is a large percentage of references related to reports, chapters and articles referring to research and development activities. Perhaps it could be richer if it had integrated more references to fundamental research and a more research-based discourse and argument, instead of pragmatic rhetoric. 3. Although the different chapters have a clear and evident flow, sections inside chapters, occasionally do not show that clear connection, stressing a reference book facet. The main subjects dealt with by this book are: Chapter 1 - Digital futures in current contexts. The context of change of production and communication of information and their impact in libraries, supported by a "wired word" and enabling the "information explosion". The nature of digital data and its storage and transmission requirements. New documents, new structures, new systems, new libraries. Chapter 2 - Why digitize? Strategic issues in digitazation and its benefits. Digitization project and process. A good and representative list of projects is presented. Chapter 3 - Developing collections in the digital world Collection development strategy. Just-in-case or just-in-time. Business models. Focus on journals and e-books. Few examples, it would be important to have more. Chapter 4 - The economic factors Cost benefit; the cost-effective digital libraries issue, the break-even point. Strategic issues for effective investment. Chapter 5 - Resource discovery, description and use. The issues of searching and organizing web resources. Metadata. A very good and exhaustive chapter. Chapter 6 - Developing and designing systems for sharing digital resources. Digital libraries components; interoperability; structures and architectures; protocols. Also a very good chapter. Chapter 7 - Portals and personalization: mechanisms for end-users. Portals are defined and presented as frameworks for customisation and user focussing. Only a few examples are presented. It is a pity that their presentation is not deeper and that more examples are not provided. Chapter 8 - Preservation. The importance of preservation; authenticity issues; methods of preservation. Chapter 9 - Digital librarians: new roles for the information age. New roles and skills for librarians; skills management and training. Digital futures... A good synthesis. Ana Azevedo How to cite this review Azevedo , A. (2003) Review of: Deegan, Marilyn and Tanner, Simon. Digital Futures: strategies for the information age. London: Library Association Publishing, 2002. Information Research, 8(2), review no. 078 [Available at: http://informationr.net/ir/reviews/revs078.html] |